Era eu criancinha muito fofa lá pelos idos dos anos 80, eis que surge na TV, próximo à época de Natal, uma propaganda de um ROBÔ chamado ARTUR...
Na propaganda o Robô fazia de tudo: levava objetos para cá e para lá, aparecia ajudando as criancinhas, levando o uniforme da escola, o tênis, enfim, só faltava aparecer ele limpando a nossa bunda.
Como eu não me importava de ter que limpar minha própria bunda, aquele robô tornou-se meu sonho dourado de consumo. Eu já me imaginava, como numa cena caribenha, à beira da piscina de um resort, sendo servida, pelo meu amigo, criado e inseparável robô Arthur, de imensos milk-shakes de chocolate e várias travessas de batatas fritas...
Enchi a paciência do meu pai e ganhei a criatura maravilhosa. Abrir aquele pacote e dar de cara com o ARTUR foram os melhores segundos da minha infância. Mas o que é bom, como diz o ditado popular, dura pouco, minha gente amiga!
Descobri que aquela coisa inclassificável dava muito mais trabalho do que poupava, pois tudo o que ia para suas garras absolutamente imóveis tinha que ser colocado lá, com o trabalho adicional de arrumar uma forma para que tais objetos não caíssem.
Sabe o que a coisa fazia? Através de um (des)controle remoto, andava pra frente, andava de ré e dava meia tosca volta para fazer curvas imperfeitas que necessitavam de correção manual. Aquilo era um pesadêlo!
Era a derrocada do meu sonho de tornar-me uma "mini-marajá". Aquela propaganda enganosa poderia ter custado anos de terapia...